Local: voo da TAM, SDU-CGH, 7:15 da manhã da última quinta feira. Acordei, óbvio, às 5 da manhã, para poder chegar no aeroporto a tempo. Chovia e eu estava morrendo de medo de que o Santos Dumont fechasse e eu ficasse presa naquela cidade, que, para mim, de maravilhosa não tem nada.
Felizmente, cheguei cedo ao aeroporto e consegui até antecipar meu voo. Até aí, tudo ótimo. Entrei na aeronave (odeio essa palavra, mas é assim que as comissárias falam, não é?). Consegui o assento do meio. Ao lado esquerdo, um tio de uns 55 anos. Ele era maior que o Cristo Redentor, mas estava ali, na janela, se espremendo entre as cadeiras. Logo, sua tentativa de fugir do aperto era colocando aquela perna gigante no meu micro espaço. E os cotovelos no meu apoio de braço.
O tio da direita (no corredor) estava lendo jornal. E não era aquele jornalzinho da TAM. Era o Valor, com as páginas todas abertas e, por óbvio, invadindo meu espaço não só com a página do jornal, mas também com aquele cotovelo irritante. Na minha frente, um cara espaçoso. Lógico, nem poderia ser diferente. Dos dois lados, pessoas grandes e espaçosas. Por que raios seria diferente com o sujeito da frente?
Ele mal sentou e já enclinou a cadeira para trás. E queria, vejam só que ousadia, deixá-la naquela posição até mesmo durante a decolagem. Ao lado desse fulano, ainda na minha frente, tinha um brother careca. Novo, mas careca. Adiante falarei mais dele. Bom, queridas, o fato é que o voo decolou, eu fiquei apertada por todos os lados, com sono, cansada, tensa e irritada. O Pavão estava sendo sufocado por mim. Afinal de contas, ali não seria lugar para ele aparecer, não é? Não, ao contrário, é lugar sim!!!!
Para o tio Frankenstein da janela, um pisão no pé. E um pisão daqueles. Eu estava usando a minha nova ankle boot, com um salto de uns 15cm. A perna gigante e invasora dele rapidamente (por que será?) virou retrátil e voltou para a posição de onde nunca deveria ter saído. Da minha boca, um "ops...mil desculpas...é pequeno o espaço aqui, né?". Para o tio do jornal, tirar a bolsa debaixo do banco e sacar meus apetrechos de maquiagem foi suficiente.
A primeira baforada de pó compacto já o fez tossir e o jornalzinho foi logo direcionado para o coitado do outro lado do corredor. Nunca amei tanto um pó compacto na minha vida. Já para o fulano espaçoso da frente, o artifício da bolsa embaixo do banco funcionou de novo. Eu fingi que ia guardar a bolsa e chutei a cadeira, assim, discreta e delicadamente.
Por fim, o careca da fileira em frente, ao lado do espaçoso. Não sei que diabos aconteceu, mas caiu na cabeça dele alguma coisa vinda do compartimento de bagagens. Aliás, nem sei, para ser muito honesta, se caiu mesmo alguma coisa ou se ele tem problemas com espíritos.
Só sei que durante a viagem inteira ele ficava olhando para cima, passando a mão na careca, como se gotas de alguma coisa estivessem caindo sobre ele. Uma coisa irritante! Enfim, todos esses eventos ocorreram durante 40 minutos de voo.
E meu Pavão, a exemplo do Pavão da Dani (no post anterior) apareceu, mas muito, muito educado! Fiquei até orgulhosa dele. Sei que não é a coisa mais fina do mundo chutar a cadeira da frente, pisar no pé das pessoas ou dar uma baforada de pó compacto nos outros, mas diante do poder do Pavão de rodar a baiana, essas reações demontram o mais puro controle emocional. Ele poderia, por exemplo, ter dado uma chave de braço ou derramado café quente no colo de alguém.
Assim, por acidente, sabe como é, né? Essas coisas acontecem...
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